Estava orando normalmente hoje,
como quase todas as noites, só que não sei se é por que hoje é o primeiro dia
do ano e a gente fica mais humana, mais solidária, mais tudo, sei que fui me
lembrando de tanta gente que passou na minha vida, pessoas especiais que se
hoje estou aqui, devo a elas, pois contribuíram muito para meu crescimento em
todos os sentidos, pois me ajudaram emocionalmente, espiritualmente e até financeiramente.
Cada uma do seu modo, juntos sorrimos, choramos, discutimos e até brigamos.
Coisas que acontecem em qualquer relacionamento. E lembrei tantos
acontecimentos passados, uns tristes e outros alegres, me emocionei por ver que
Deus me deu a oportunidade de conhecer pessoas que por algum motivo foram
essenciais na minha vida. Então, pedi a Deus que a vida de todas essas pessoas
fossem invadidas de felicidades e fui lembrando somente o lado bom de todas
elas e me bateu uma saudade.
E aqui estou começando um artigo
de muitos que virão. E falei desta oração por que ela foi o impulso e a
inspiração para escrever estas linhas. E vou começar falando que nada mudou em
minha vida, nada exteriormente, apenas meus pensamentos estão mais nítidos e me
sinto a autêntica dona de minha vida. E que vontade é essa de compartilhar
meus sentimentos e impressões sobre a vida com o mundo?
Eu não tenho vontade de gritar
para o mundo que eu estou em paz, que estou serena e feliz. Na realidade, eu
gostaria que todos estivessem sentindo agora a paz que eu possuo, que tanto
busquei por muito tempo, esta paz que busquei em lugares e pessoas que não me
trouxeram paz, não por maldade, mas por que esta paz que me satisfez, só
existia dentro de mim.
Mas o que aconteceu de novo para
tanta paz? Nada. Apenas uma fase foi concluída na minha vida. Portanto, essa
fase não foi uma qualquer, ela foi a fase de provações que todos passamos um
dia, posso até chamar de ciclo, já que foi cheio de fases. Muitos passam,
outros desistem e outros continuam com ela para sempre, fazendo de conta que
nada está acontecendo, às vezes, por que não sabe como passar essa fase e
continua empurrando com a barriga e enlouquecendo mais ainda. Continua levando
uma vida desgraçada, mas mesmo sofrendo ainda leva um sorriso para disfarçar a
dor. Entre essas opções, fico com a primeira que é minha situação atual e a
terceira, por que foi um período quase eterno para mim e eu não tive
orientações que me levassem às respostas que eu necessitava, até busquei, mas
as respostas não eram satisfatórias, não me satisfaziam e mais uma vez ia ao
fundo do poço. Foi a prova da paciência. E não pensem que eu não pensava na
segunda opção, por que muitas vezes pensei em desistir e acabar com tudo, com a
dor, com o sofrimento. Momentos de total desespero, pedindo a Deus que me
afastassem os pensamentos, lutando contra esses impulsos horríveis de lutar
contra a própria vida, não pensem que é fácil falar disso, por que não é, me
descontrolo e choro quando penso, é como estivesse vivendo tudo de novo. Quando
isso acontecia, eu pensava nas pessoas que ia se decepcionar comigo, amigas que
me tinha como exemplo de perseverança e também pensava nas pessoinhas que muito
me estimavam: meus alunos. Está certo que eu sofreria muito mais com tal atitude.
Mas esse não era o modelo de vida que queria deixar, nunca fui covarde e não
seria agora. E pedia com todas as minhas forças que pensamentos bons viessem e
como um sopro, tudo passava. E assim a cada crise dessas, eu sabia que
precisava ter paciência e auto-domínio. Crises estas, muito recentes, já quase
para não aguentar. E quantas vezes me revoltei contra tudo e todos por não
aceitar tudo que estava acontecendo na minha vida? E quantas pessoas que
atravessaram meu caminho, eu culpei? E a quantos fundos de poço tive de estar
para estar aqui e falar de peito aberto sobre isso? Não entendia que todas as
provações que temos que passar servem para nos aperfeiçoarmos como pessoa. E
quão difícil é entender isso quando estamos sofrendo! Então, quase vencida de
dor, pedi a Deus que me usasse como seu instrumento, que me guiasse que eu não
queria mais ser dona de mim, que já estava sem forças para lutar.
E de repente, uma luz no fim do
túnel. Quem? Deus me mostrando pessoas, sites, livros, lugares que foram me
situando e cada vez mais eu ia se chegando a mim. E como eu estava longe, muito
longe do meu eu interior. Se eu tenho vergonha de falar disso? Nenhuma. Se me
arrependo de ter agido como agi todo esse tempo? Também não. Tudo contribuiu
para minha paz espiritual voltasse.
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